sábado, 21 de maio de 2011

O VALOR OCULTO

Dásio Castro Filho resolveu fazer uma pesquisa junto a pessoas para saber o que elas pensavam sobre a Vida, sobre o que ele intitulou de:

O LADO “OCULTO” DO SER

Quando saímos da esfera comum da qual pertencemos e por algum tempo paramos para refletir, percebemos que somos os responsáveis, em muitos casos, pelos males ou doenças que nos aflige e nos mata.

Observando diariamente as pessoas vemos que elas correm... correm e estão sempre correndo.

Questionados a respeito de tanta correria muitos, independentes de classes sociais ou profissões, não souberam definir os por quês de tanta correria. Num tom de ironia responderam-me que: “É a vida...”

Contudo, ao pedir-lhes para definir o que entendem por VIDA, a maioria se esquivou e não respondeu. Observei que ficaram confusos. Alguns até conseguiram responder. Disseram que a vida é um movimento contínuo e evolutivo... Outros responderam que a vida é um ato da existência, e outros que a Vida é nascer, viver e morrer.

Entrevistei dezenas de pessoas e as respostas, em resumo, foram as seguintes:

O QUE É VIDA?
É estar bem, ter um bom emprego, ganhar bem, ter dinheiro para comprar uma casa, carro, poder viajar, passear com a família, é conseguir suas necessidades básicas para viver.

O QUE SÃO NECESSIDADES DE VIDA?
É trabalhar e fazer o que gosta, viver em um ambiente alegre, receber um bom salário e assim, ter uma boa qualidade de vida.

O QUE É QUALIDADE DE VIDA?
É ter saúde e sentir-se bem física e mentalmente, não precisar tomar remédios ou consultar médicos. É sentir-se feliz.

O QUE É FELICIDADE?
É sentir-se tranqüilo, em paz comigo mesmo e com os outros, ter um emprego que pague bem para que eu possa comprar as coisas que precisar e ter liberdade para fazer o que quiser.

O QUE É LIBERDADE?
É poder ir e vir, falar o que pensa, poder escolher sua religião e realizar os objetivos pretendidos.

O QUE É RELIGIÃO?
É acreditar em um propósito espiritual e sentir-se bem naquilo que faz. É sentir-se bem junto a outras pessoas, sem medo ou doença.

O QUE É DOENÇA?
É ter uma infecção, sentir dor no estômago, dor de cabeça; crise renal e por causa disso, sentir tristeza e infelicidade.

O QUE É INFELICIDADE?
É um estado de abandono, solidão, saudades e não ter alguém com quem compartilhar momentos alegres, é perder a vontade de viver e esse entregar à morte.

O QUE É MORTE?
Morte é quando você deixa de existir, seja por um acidente ou naturalmente ou até mesmo por causa de alguma doença, né?... rs. E aí, você já era!

Pelas respostas concluo que as pessoas de maneira geral vivem reprimidas, tímidas e apreensivas. Muitos condicionaram a vida e sua importância a ter um bom emprego e salário, sem o que, sentem-se inseguras e desprotegidas. Apresentaram algo por fora que não condiz com o ser oculto. Tentam mascarar, possibilitando o aparecimento de doenças. Tornam-se frágeis psicologicamente, entediadas, desmotivadas, depressivas e é desta maneira que trazem a doença para si.

Refletindo sobre o que ouvi, para mim o SENTIDO DA VIDA está naquilo em que o homem acredita ou deposita valor, ou seja: se acredita no dinheiro, a riqueza lhe será por recompensa; se ama a seus filhos e parentes, o mundo lhe será por recompensa; se valoriza o seu intelecto e conhecimento, a solidão lhe será sua recompensa; mas se o homem acreditar no sacrifício pela humanidade, eis, então a CHAVE DA VIDA. Sua alma se alegrará e não haverá angústias. Esta será sua recompensa.
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Dásio coloca de uma maneira simples, a necessidade do homem em se sentir incluído no mundo capitalista. A maioria das pessoas entrevistadas disse que um bom salário resolveria seus problemas com a vida não se dando conta de que são pessoas com potencial para produzir, uma vez que cada um tem uma vocação e um dom.

Vocação e dom que deixam de lado por não acreditar ou por não saber que o possuem e em que área. Vivem na normose e assim acreditam que serão aceitos. Ignoram os apelos que a alma faz deixando de se perceber em relação ao sentimento que brota como água de suas almas. Não dando atenção à estes sentimentos, as doenças tomam espaço, a religão (re-ligar) deixa de cumprir sua função, a felicidade fica para o futuro, a vida não existe, só a morte que acontecerá em algum momento.

Nós psicoterapeutas estamos a serviço do homem como facilitadores para que eles, cada um a seu modo, redescubra a si mesmo. Ser Humano capaz de exercer seu livre arbítrio com consciência de que existe um “Eu Interior” ou “Ser Oculto”que rege todo o desenrolar desse “drama”, a ALMA.

Elizabeth Sartori, Psicoterapeuta Junguiana e Psicanalista
e-mail: sartori.beth@gmail.com