Em psicanálise, um dos entendimentos por parte do analisando é a luta
contra o que representa a mãe e depois o pai. A partir do momento do nascimento
o indivíduo, até mais ou menos 07 anos, passa a receber as orientações da mãe
do que pode ou não pode ser, ter e fazer. Em seguida, vem as críticas dele em
relação ao que está recebendo dessa mãe e ele vai ao encontro do pai, que por
ter seus medos e inseguranças, passa a fazer o mesmo que a mãe. E assim, esse indivíduo
que ainda não o é chega ao status de adulto.
Quando adulto, mesmo não convivendo mais com os seus pais, ainda vê a
mesmas orientações através de outras pessoas sobre as quais ele projeta a
autoridade deles. Como exemplo, temos a interferência no que ele deve ou não
cursar na faculdade, trabalhar ou não em uma empresa, comprar algo, namorar ou
casar com alguém, educar os filhos e outras.
Normal !?! Normal, até certo ponto, já que a criança
ainda não tem condições para decisões.
Ela está em formação de sua personalidade. Porém, existem casos de
crianças que não tiveram essas orientações, enquanto pequenas, o que resulta
daí, adolescentes e adultos que vemos por aí cometendo atrocidades.
A emancipação do adulto está em tomar suas próprias decisões e arcar
com as consequências boas e más. Só, então, esse indivíduo poderá experenciar,
aprender e apreender sobre sua disponibilidade para a Vida. Viver as
experiências de outros e, portanto, protegido não leva o indivíduo ao autoconhecimento,
muito pelo contrário, ele vive uma vida sem sentido, cercado de inseguranças e
insatisfeito. Ele vive numa prisão sem
saber.
Elizabeth Sartori
Psicanalista
Atendimento na Zona Norte