sexta-feira, 22 de maio de 2015

A TRANSFERÊNCIA E A CONTRATRANSFERÊNCIA, UMA DIALÉTICA

 “A transferência baseia-se na ilusão de que existem pessoas que sabem. O analista está numa posição em relação ao analisando unicamente como aquele que é o suposto saber. A essência da transferência é simbólica, não imaginária: o que importa não é se o analisando sente ou não afeto pelo analista, mas sim o papel que ele atribui, o de supostamente deter um saber. Lacan diz que desde o momento em que há sujeito suposto saber, há transferência. A partir daí o analista, mesmo não sendo aquele que sabe, ocupa o lugar de quem sabe na medida em que ele é o objeto da transferência, do sujeito suposto saber... Por isso, o psicanalista está implicado no sintoma do analisando, não de maneira fortuita, mas estrutural, justamente como aquele que supostamente detém a chave dos enígmas do analisando. Ele é a própria verdade do sintoma do analisando, por isso a transferência é estrutural.” (Cláudio Pfeil)

A transferência e contratransferência são conceitos centrais na compreensão da relação entre analista e analisando. Freud reconheceu que a transferência é um instrumento central de todo o tratamento analítico, pois o analisando repete na sua relação com o analista aquilo que tinha vivido na infância com outras pessoas. Já a contratransferência é uma reação causada no analista e, quanto mais analisado ele for, menos sucumbirá aos efeitos contratransferenciais.

A transferência também acontece nos relacionamentos quer sejam entre cônjuges, entre amigos, etc. Ela surge do contato emocional de um indivíduo para com o outro com seus afetos, sentimentos e vivências inconscientes que irão criar mutualidade. É uma projeção típica da relação entre indivíduos. Ela, a projeção, algo que é visto no outro é característica de quem vê. Dependendo dos laços inconscientes e emocionais que emergem na relação, existem duas formas de projeção:
1.       Positiva = com os sentimentos de afeto e admiração.
2.       Negativa = com os sentimentos de agressividade e resistência.

O analista tem a lei, ele vê o analisando de um jeito, vê a projeção e por isso o analisando faz uma imediata transferência e se o analista corromper a lei, ele fará uma contratransferência (identificação emocional com o discurso do analisando). No decorrer da análise os analisandos precisam descobrir que são incapazes de realizar algo, principalmente por causa da pretensão.

Um ato não vai se realizar enquanto não se ajustar a pretensão.
Ex.:
- Um pai diz que o filho é drogado. Quem produziu uma droga de filho? Foram os fundamentos do pai.
- Quem é um peso para o pai que acha seus filhos um peso? São suas próprias regras que o torna pesado.

Para Carl Gustav Jung a relação é dialética onde analista e analisando, amado e amante, ... estão igualmente envolvidos e existe uma interação nos dois sentidos entre eles.

A transferência arquetípica pode ser acionada por projeções não baseadas na experiência pessoal, do mundo exterior, do analisando. Por exemplo, na base da fantasia inconsciente o analista pode ser visto como um curador mágico ou um demônio ameaçador e essa imagem terá uma força maior que uma derivação da experiência comum supriria. Ou, pode referir-se aos eventos geralmente esperáveis da análise, àquilo que ela provoca no relacionamento entre analista e analisando. O diagrama de Jung (CW 16, §422) ilustra esta relação que podemos reproduzir para quaisquer outros relacionamentos. As setas de duas cabeças indicam uma comunicação e um relacionamento nos dois sentidos.





1 = Aliança terapêutica.
2 = O analista tanto se vale de seu próprio inconsciente para uma compreensão do analisando, como confronta seja o que for que o tornou um “curador ferido”. Sua própria análise terá feito aqui seu impacto.
3 = Representa o estágio inicial do analisando da conscientização de seus problemas, interrompido por resistência e por dedicação à “persona”.
4 e 5 = Indicam o impacto do relacionamento analítico sobre a vida inconsciente de cada participante, uma mistura de personalidades que levará cada qual a algum tipo de confronto com a possibilidade da mudança pessoal.
 6 = Propõe uma comunicação direta entre o inconsciente do analista e o do analisando.

Até a década de 1950, os psicanalistas, seguindo Freud, tendiam a considerar a contratransferência como invariavelmente neurótica, uma ativação dos conflitos infantis do analista e um obstáculo para seu funcionamento (Freud, 1910; 19913). Em 1920, Jung escreveu: “Não se pode exercer nenhuma influência se não se é suscetível à influência. . . O paciente influencia [o analista] inconscientemente. . . Um dos mais bem conhecidos sintomas desse tipo é a contratransferência evocada pela transferência” (CW 16, §163).

                                                                   
                                                                      
AS FRUSTRAÇÕES NAS RELAÇÕES TRANSFERENCIAIS SÃO DEVIDO A FARSA NA QUAL O INDIVÍDUO ESTÁ SE SUBMETENDO.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

AGALMA PRODUZ BELEZA E HARMONIA



Vestir a pele do animal -> “engalado” -> “em gala” -> a pele é o Agalma. Traje de gala vem de agalma. Vamos encontrar exemplos na vestimenta de indivíduos que se cobrem com a pele de animais diferenciados, como albinos ou um espécime raro, para adquirir a qualidade do animal, tornando-os divinos (roupas de gala). No Candomblé com as guias dizem de quem são filhos, também podem ser joias, diplomas, roupas de marca. Agalma é o valor divino, é o deus em si, recurso que faz sentir junto com Deus, é o objeto que liga o homem com a divindade, objeto que nos captura.

Assim como os pais que escolhem um filho como o empossado por Deus para ser mais, conquistar mais, fazer mais. O agalma é sustentado pela falta inscrita em que se reúnem o ser do desejo e o ser do saber.

Na relação homem e mulher, a mulher é o agalma para o homem, mas para a mulher o homem não o é a não ser que a mulher esteja com o masculino acentuado e neste caso, ela o desejará como engalamento. Nota-se que, quando o feminino se acentua, o masculino se retrai e ele diminui o engalamento.

Como a mulher amante leva o amado ao engalamento, à aproximação com deus? Como a mulher chega ao divino? Sozinha ela não consegue. Acontece um fenômeno, ela gera. Ela precisa do homem para chegar à individuação.

Qualquer meta estabelecida contem um agalma sempre prescindido de um ato heroico, um sacrifício, para conquistar o respeito. Nos mitos o herói sempre vai buscar aquilo o que o liga ao deus (graal, pedra filosofal, ...). Prometeu arranca do divino assim como o primitivo do animal (pata, pele, asa) que lhe dá a força do divino.

O inconsciente contem todas as informações da humanidade, todas as leis da natureza e a luta do ego estão em roubar informações para vir para a consciência, formando assim o Logos:

“Logos sintetiza vários significados que, em português, estão separados, mas unidos em grego. Vem do verbo légo (no infinitivo: légein) que significa: (1) colher, contar, enumerar, calcular, escolher, ordenar, reunir; (2) narrar, pronunciar, proferir, falar, dizer, declarar, anunciar, nomear claramente, discutir; (3) pensar, refletir; (4) querer dizer, significar, falar como orador, contar; (5) ler em voz alta, recitar, fazer dizer. Lógos é: palavra; o que se diz; sentença; exemplo; conversa; assunto da discussão; pensar; inteligência; razão; faculdade de raciocinar; fundamento; causa; princípio; motivo; razão de alguma coisa; argumento; exercício da razão, juízo ou julgamento; bom senso; explicação; narrativa; estudos; valor atribuído a alguma coisa; razão íntima de alguma coisa; justificação; analogia. Enfim, lógos reúne numa só palavra quatro sentidos principais: (1) linguagem; (2) pensamento ou razão; (3) norma ou regra; (4) ser ou realidade íntima de alguma coisa. – Logía, que é usado como segundo elemento de várias palavras compostas, indica: conhecimento de; explicação racional de; estudo de. O lógos dá a razão, o sentido, o valor, a causa, o fundamento de alguma coisa, o ser da coisa. É também a razão conhecendo as coisas, pensando os seres, a linguagem que diz ou profere as coisas, dizendo o sentido ou o significado delas.” Wikipedia

O indivíduo sem Logos mata touros para vestir sua pele com a ideia de que adquirirá sua força. Nesse caso, esse individuo é somente instintual e sem Eros o indivíduo então procura outras alternativas para se satisfazer.

Carl GustavJung usou o termo Eros para denotar o fundamento básico do psicologia feminina, disse: “A psicologia das mulheres é fundada principalmente em Eros, fortemente ligado ao desprendimento, visto que nas épocas antigas o principal atributo relacionado aos homens é Logos. O conceito do Eros podia ser expressado na época moderna como uma ligação psíquica, e o Logos com o interesse objetivo.” (NO SENTIDO HORÁRIO Vol. X, P. 123, Pp. 255) De acordo com Jung, os homens possuem o anima no seu inconsciente, que é uma caricatura do Eros feminino. Está separado do individualização pessoal para que os homens confrontem seu anima, aceitando o Eros (um traço eliminado pela sociedade falocrática (patriarcal)). Também intrínseco a isto é a habilidade de ver além do ego projetado e de assimilar isto em nosso ser consciente. Este é Eros, como “desejo para o perfeição,” que é necessário para nós nos sintonizemos com nossa personalidade. Compreendendo “o amor passional” e o “desejo pela perfeição” como “a ligação psíquica” Jung demonstra também que o desejo pelo amor é um desejo para a interconexão e a interação com outros seres conscientes ou sensíveis.” Wikipedia

Sigmund Freud usou o termo Eros para definir libido ou o impulso vital como um dos instintos primários principais que determinam o comportamento humano, ao lado da morte. A energia psíquica de Eros é referido como libido. O instinto de vida é de auto-conservação das espécies e para a sobrevivência e reprodução do indivíduo. A palavra Eros inclui tudo, que visa o prazer (como o contato físico, alimentação, energia, movimento, alegria)”. Wikipedia

Não é todo o macho que disputa a liderança, mas todos os seres humanos tem um dom. Se a fêmea não se coloca em direção ao divino, o que o macho ganha?

Se o indivíduo se fechar em algo, ele não terá recursos porque lhe falta o Logos.O Logos está na simulação do encontro e na fala sobre ele para enunciar as exigências. Podemos encontrar exemplos nas pessoas com a Doença de Alzheimer, no indivíduo que é introvertido sentimento. Conversar melhora o indivíduo, porque o limite do que quer está no limite do que compreende. A doença física é o sintoma que você se separa do coletivo, nesse estágio perde-se as leis da relação para não roubar dos deuses o que ainda não está disponível, para não ter o comando.

O indivíduo busca um agalma a vida toda, mas a imitação não funciona porque não houve o sacrifício que o leva à divindade. O agalma é sabedoria, ele está alinhado ao eixo ego/self. A lei é o fundamento, aquilo que o indivíduo tem que seguir para atingir o propósito.

A política é o veículo do agalma que é igual ao processo de divindade e a corrupção mostra que o indivíduo não sabe as regras o que não significa que ele não é falso. A relação de casamento é corrompida porque os cônjuges não sabem as regras. Eles têm tantas regras que não encontram a regra do vínculo. Os indivíduos se envolvem em sua farsa (Agalomai: aquilo que ocupa o lugar do carro, da casa, etc.) o que os leva a inflarem-se e em seguida ao seu oposto, a deflação, humilhação.


SÓ QUANDO SE TEM O AGALMA VOCÊ SABE QUE O BELO ESTÁ FORA QUANDO ESTÁ DENTRO.


beth.psicanalista@tahoo.com.br
atendimentos na zona sul e zona norte de São Paulo

domingo, 3 de maio de 2015

O CONHECIMENTO E A META (defesa, desejo, roubo, transgressão, culpa, ritual, imitação, verbalização)

A defesa está encoberta por uma meta e essa meta tem uma estruturação do desejo. O desejo se move da dialética entre carência e astúcia. É acessado pela falta de algo que parece vital e para o qual há um estímulo a mover-se.

“O desejo é o que no coração mesmo de nossa subjetividade, é o mais essencial ao sujeito. Mas ele é, ao mesmo tempo, alguma coisa que é também o contrário, que aí se opõe como uma resistência, como um paradoxo, como um núcleo rejeitado, como um núcleo refutável. É a partir daí, insisto nisso várias vezes, que uma determinada experiência ética é desenvolvida.” (Lacan, 1958)

Na Grécia os homens eram bissexuais e não podiam ser homossexuais porque o desejo tinha como meta uma passagem de informação, assim como, o que vê um homem mais velho ao se apaixonar por um mais novo?  O conhecimento do mais velho é potencializado pela pobreza do conhecimento do mais novo. É um encontro erótico, pois um quer o conhecimento e o outro se sente conhecedor. Os homens não podem ter o conhecimento dos deuses, mas pode pretendê-los. É um estado inflacionário porque quer todo o conhecimento a partir do quantum que conseguiu.

Um dos elementos que compõe a estruturação do desejo com direção à uma meta é a vergonha que é induzida pela própria interioridade, pois equivale a uma admissão de fraqueza diante do desejo.

A palavra especular vem do latim que significa espelho, de se ver no outro. Na psicanálise, esse espelho (outro) recebe a projeção de nossos sentimentos e opiniões. Exemplo: O marido é responsável em frustrar a mulher que tem vergonha dele porque a vergonha é dela e ela quer alguém que lute pelos propósitos dela.

O problema do ladrão não é ter roubado, mas como parar de roubar. A vergonha é um sinal que houve uma apropriação daquilo que tinha que se apropriar (é um stop), dispondo o ego ao limite. O roubo se dá na inflação e a humilhação segura só o que precisa ser conscientizado. Enquanto isso, no caminho entre o roubo e a humilhação, há um tempo de secamento daquilo que foi roubado que é chamado de frustração para que o ego amadureça e possa, então, sustentar melhor os sacrifícios.

A transgressão no sentido de avançar os limites estabelecidos pela vergonha gera a culpa. Essa culpa indica o rompimento do indivíduo com o sistema anterior, mas tem um sintoma de limite, é saudável do ponto de vista psíquico. Se há uma culpa exagerada ela é considerada patológica. A instalação da culpa na psique do indivíduo é a tentativa dele de se emancipar do modelo, traindo-o porque tem uma ação que escapa do coletivo, sendo que quanto mais medo o indivíduo tiver, mais perto ele estará em produzir um ato com uma culpa devastadora. Esse medo sinaliza que o ato será julgado. A culpa deriva de um ato maior do que um simples erro e menor do que um pecado.

Exemplo: Um rapaz sai de casa e se sente culpado em deixar a mãe. Esse indivíduo não sente que tem direito àquele bem por causa do estado matriarcal dele. O masculino em questão, não se desenvolveu o suficiente para produzir um confronto com o Inconsciente informando que as ações estão no estado mágico da psique.

“No momento em que somos capazes de solicitar uma dimensão individual e personalizada, somos tomados por uma perturbação que tem todas as conotações do sentimento de culpa. É como se nos sentíssemos culpados por ter conseguido o que outros não conseguiram: é aquela sensação indefinida que nos acompanha na vida quando confrontamos a nossa capacidade de realização com a experiência dos que, diversamente de nós, pararam no seu caminho.” (Aldo Carotenuto)

O indivíduo recebe dos deuses um dom, mas não pode se apoderar dele porque o ego não aguenta o quantum de inflação que pode gerar e por isso, para ganhar conhecimento é preciso de fronteiras. Em crises profissionais o indivíduo se sente uma farsa que precisa da vergonha e da culpa porque está tentando se apoderar de algo. Precisa do limite. Ao falar de um projeto e deixá-lo começar a existir, a meta atrai um ritual sistemático e dinâmico.

O índio ao matar um animal, reza antes de comê-lo porque não foi ele quem o matou, mas sim os deuses que o fizeram. O índio entende que a natureza fornece o alimento, mas no ritual estamos tentando roubar algo dos deuses.

O homem antigo não fazia rituais para oferecer um bem. O bem ofertado é que produzia o ritual. A medalha de ouro já está lá, ela é o bem ofertado e cria o ritual que contém o sacrifício no seu caminho.

O bem nomeado e escolhido já é a intenção materializada, a inclusão existe antes do ritual, a meta já está estabelecida o que é um paradoxo, de um lado o inconsciente quer se conscientizar e de outro, oferece ao indivíduo aquilo que ele precisa levando o mesmo naquela direção.

A percepção de que a meta está fazendo todo o movimento na sua direção, conduz as ações para ela. Para o homem antigo isso era um fato, por isso, ele oferecia um exemplar aos deuses por não ser vulgar, como um boi albino, um grão mais desenvolvido,...

Exemplo: Os americanos dizem que ou você é ou faz por imitação (mimesis). O indivíduo, na imitação é uma farsa, uma vez que ele não se diferenciou do coletivo impedindo a originalidade que o levaria à fé. Com a filosofia acompanha-se a sabedoria, mas não a tem. É a ideia de acompanhar os deuses sem pretender sê-los, o que leva a acalmar-se.

A meta está no olhar. O filho é para os pais uma medalha de ouro. Eles depositam no filho aquilo que eles não fizeram e sabem que ele será, que é deles, dos pais. É o “vir-a-ser” dos pais. Esse filho é algo que foi feito para servir a humanidade e é por isso que é amado. A condição de amor existe na relação entre duas pessoas e quando alguém pensa em perguntar é porque o outro quer falar.

Uma mulher que apanha do marido é porque não conseguiu tirar o marido da mãe, não tem um masculino desenvolvido e o marido está preso no sistema matriarcal. O ego se confunde com o falo e não compreende o poder fertilizador. A mulher é geradora inédita porque seu produto (a criança) é inédito. Se a criança não é vista como especulativa, cai na marginalidade e se torna vulgar, é semelhante aos outros e não tem dom.

O propósito do Banquete de Platão, o próprio banquete é um roubo dos deuses, uma vez que comemoram um feito. O debate procura a sabedoria dos deuses “roubar algo dos deuses” porque o roubo é uma sinalização da incompetência dos componentes.

O amado e amante tem o “supostosaber” e isso é o que cada um busca no outro. O amante acredita que o outro sabe o que é melhor para ele e por isso o vê como amado. Pergunta-se: Porque o outro não corresponde as expectativas e se torna um agressor? Porque o amante pretende algo do amado, mas não verbaliza a ponto de receber a resposta. O que favorece a produção do enunciado? É falar sobre, porque sem verbalização não há conscientização.

Ex.: marido vê programas eróticos e a mulher fica braba.
O que cada um quer? Isso não é verbalizado e os dois se veem frustrados na relação.

A única condição de amor está na individuação e o que se tem é uma simulação, sempre tendo algo novo.


beth.psicanalista@yahoo.com.br
Atendimentos na zonas sul e norte da cidade de São Paulo