domingo, 4 de outubro de 2009

SOMOS TODOS ARTISTAS, MAS SERÁ QUE SABEMOS DISSO?

Ao longo de nossas vidas, equivocados, pensamos estar atuando no meio como pessoas que sabem o que estão fazendo. Durante uma boa parte caminhamos nos relacionando com pessoas em todas as áreas e acreditamos estar fazendo o que é certo. Começamos logo cedo, vamos brincar com nossos amiguinhos, depois entramos para a escola, para a faculdade, fazendo um curso e outro, vamos ao mercado de trabalho e nos sujeitamos a qualquer atividade profissional, encontramos uma pessoa para compartilhar nossas necessidades de estar com alguém que nos veja , mas ao mesmo tempo nos colocamos como sabedores do que estamos fazendo, chegamos ao casamento, temos filhos e tudo isso acontece dentro de uma panela de pressão. É, ficamos lá cozendo, se sujeitando à pressão do calor dos nossos desejos não atendidos. Mas chega uma hora, que essa água precisa sair e então o bico da panela começa a assoviar e a expelir a água em forma de vapor. Aos poucos percebemos que tudo o que vivemos não passou de algo que não atendeu ao que desejamos de mais íntimo, que estava guardado a sete chaves. Percebemos que não buscamos nada, nos entregamos às solicitações do que achávamos que os outros queriam e então, entendemos que a panela precisa ser aberta, pois o que estava lá dentro já está mais do que vivido e se transformou. Às vezes, por não delimitar o tempo de cozimento, tudo ou parte é queimado e o melhor a fazer é jogar fora e começar de novo. Começar de novo com cuidado, com a atenção, colocando os ingredientes apropriados. É o recomeço que pode levar a um ótimo prato e apetitoso.

O artista que está em nós faz isso acontecer, muitos nem se dão conta da importância que tem e ficam buscando por caminhos distorcidos a aprovação do mundo, outros fazem sua obra, mas não a mostram porque não a valoriza com a alma. Esses artistas sofrem porque estão influenciados pela inconsciência de sua capacidade de atração e usam de artifícios outros que fazem com que o caminho permaneça ainda mais difícil. Depois de muito tentar, depois de deixar por muito tempo essa água em ebulição, fazendo uso de repetidas atitudes, o artista pode se dar conta que não é bem por aí. É preciso encontrar um caminho mais genuíno, mais direcionado para atender ao objetivo da psique.

Quando fazemos uso de artifícios inadequados é o mesmo que não perceber que a comida queimou ou está queimando no fundo da panela de pressão.


Texto de Elizabeth Sartori

2 comentários:

  1. Creio que a incapacidade de conduzir a própria vida segundo necessidades extritamente internas, ditadas por instintos e/ou intuições que tem sua origem no que chamamos de 'inconsciente', é a causa maior de todos as nossas dificuldades de se relacionar com o meio - incluído neste,
    evidentemente, todas as pessoas. Como voce disse, o meio cultural ao qual pertecemos, nos molda segundo seus padrões. Nele já encontramos todos os nossos possíveis caminhos préviamente traçados. Como evitá-los quando nosso 'interior' clama por algo tão distinto do que nos é oferecido como opção, e que nos provoca tremores e suores frios que nos estremecem a carne e sufoca o 'espírito/alma'? Que pode o homem comum, plenamente dependente do 'status quo', fazer para fugir dele? Se, principalmente, as pessoas que vivem próximas de nós - nossos pais e amigos - são as primeiras a exigirem nossa submissão a esses padrões de comportamento e a cumprir, a um custo muito alto - diga-se de passagem - as metas que estão estipuladas. Que fazemos com nossa personalidade reprimida - aquela que exige e requer, todos os dias e noites, que atentemos para suas exigências? Como conciliar dois sujeitos tão distintos num mesmo invólucro? Sim, é possível a interação pacífica com a personalidade exterior e os conteúdos do que convencionamos chamar de inconsciente (para mim, este aspecto de nossa psique está muito próximo, tanto que, basta um só olhar de soslaio para vislumbrar sua magnífica sombra. O que não é possível é essa personalidade exterior continuar sem tomar conhecimento desses conteúdos e ceder totalmente às tentações exteriores desse mundo artificial. O sujeito permanente, isto é, a essência daquele ser primitivo do qual herdamos as características fisícas e a missão de dar continuidade ao seu propósito(?)dever ser respeitado como parte integrante de nossa psique e, óbviamente, considerado mais importante nesta do que o sujeito provisório. Este morre conosco enquanto o outro permanece em nossos descendentes. O ser primitivo continua. O que pode ser mais importante que o seu propósito dentro do contexto da natureza? Nossa ambição particular e mesquinha de afago ao ego? Nossa ida ao Shopping Center exercitar nossa condição de consumidores? Devemos permitir a todo o custo a liberdade de expressão ao nosso artista interno, pois com ele, seremos sempre mais que o insignificante ego que não possui controle algum sobre si mesmo. Esse ser que somos e que negamos permanentemente é o que de melhor existe em nós. Vamos abrir, logo, imediatamente, a panela de pressão e deixar escapar tudo o que já se queimou e buscar no resto do que sobrou o tempero que transformará as nossas vidas. Que venha a vida plena, pois o tempo é escasso e já perdemos tempo demais com ninharias. A humanidade requer essa retomada de atitude por parte de seus membros para que evite seu próprio desaparecimento (extinção).

    Gilberto Pereira Lins

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  2. Elizabeth, visite meu blog e participe do que proponho. Poste um comentário sobre o que quiser.
    gilbertolins04.blogspot.com

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