domingo, 29 de abril de 2012
O CONFRONTO DE OPOSTOS
terça-feira, 17 de abril de 2012
A MELHOR DAS ALTERNATIVAS - PACIÊNCIA ALIADA A FÉ
Em meu sonho, havia uma situação em que um homem me dizia:
- Você está fazendo alquimia.
Ao acordar, fiz o que normalmente tenho feito sem nenhuma exceção. No caminho para a empresa, comecei a pensar em várias coisas, pensei no livro que estou lendo, nas situações que eu e meus amigos estão atravessando, no barulho do trânsito, na falta de paciência dos motoristas e então, me dei conta da ansiedade que nos acomete quanto aos nossos desejos.
Passamos a vida querendo, lutando por algum objeto (aqui o objeto como expressão de qualquer coisa como materiais, pessoas, posições, reconhecimentos, felicidade, paz, etc). Insistimos, conseguimos, não conseguimos, nos alegramos, nos desapontamos e tentamos novamente. Cada dia que passa é mais um dia de luta, de satisfações e insatisfações quanto aos resultados daquele dia. Queremos conquistar! E ter para nos sentirmos vitoriosos. É um círculo sem fim. Exauridos e dependendo da intensidade dos desejos e da idade, chegamos até pensar em morte por não agüentar carregar sobre os ombros tantas expectativas. Outros simplesmente desanimam e se lançam para outro desejo e tudo começa novamente.
Aqueles que supostamente conseguem, ficam com uma conta a pagar. A psique parece atender ao desejo dessa pessoa e lhe dá, até algo aparentemente melhor do que havia imaginado, mas em contraposto a pessoa precisará pagar de alguma forma por essa insistência. Se analisarmos situações onde isso aconteceu poderemos perceber que o pagamento começou bem antes do resultado ser alcançado, com uma concentração de libido (energia) na realização do tal desejo e desgaste dessa mesma libido em outras atividades. É por essa razão, acredito que as pessoas ficam cegas diante dos outros objetos que se põem à sua frente, como: saúde, isolamento forçado, relacionamentos, etc.
Refletindo mais um pouco sobre esse tema, pensei na aprendizagem. Se precisássemos ir de um país ao outro nos ocuparíamos da compra de bilhetes de transporte, das acomodações, das refeições, das roupas, sapatos e tantos outros detalhes que deixariam essa lista longa demais, além, é claro de toda uma pesquisa sobre cultura do povo, clima, pontos turísticos. Depois de tudo pronto, chegamos ao país e, não é que faltou alguma coisa!!! Achamos que isso foi ruim e nos prometemos que na próxima será diferente.
Levando essa metáfora para a nossa vida me dei conta que todas as peças precisam se encaixar. Percebo que “correr atrás”, se esvair em ansiedades, se lamentar por não ter conseguido, perder noites de sono, significam que nós não conseguimos aprender a lição da viagem.
Na psique tudo vai se ajustando de acordo com a meta de cada ser. O que, talvez, nos cause aflição é em saber qual a nossa meta, mas quanto a isso nada podemos fazer enquanto não entendermos seus sinais. Não há pressa, só paciência consigo e fé de que a cada tomada de consciência, na chegada ao nosso destino, nos sintamos livres e fortes para lidar com algum sentimento de frustração por termos esquecido algo lá atrás, tendo a coragem de reconhecê-lo tomando como algo a ser refletido e reintegrado à nossa psique.
Segundo o filósofo Kant, “a paciência é amarga, mas seus frutos são doces.” e para Plutarco, “a paciência tem mais poder do que a força”.
Diz-se que Deus escreve certo por linhas tortas, mas não há dúvida que nada ocorre nem se move sem seu consentimento.
Elizabeth Sartori
Psicanalista e Analista Junguiana
domingo, 15 de abril de 2012
A IMPOTÊNCIA DO MASCULINO
Priaprismo, segundo a medicina, é uma condição patológica da ereção prolongada não acompanhada por desejo sexual podendo ocorrer em qualquer idade.
Priaprismo deriva do mito de Príapo, deus dos genitais enormes. A adoração a esse deus deu início em Roma a partir de Augustus e na Grécia após a dominação Macedônica. Ele surge devido à necessidade do homem ganhar consciência de algo que estava cindido ou separado. O mito de Príapo aparece então como símbolo de mudança da cultura para reintegrar parte da masculinidade que havia sido separada da consciência, levando-a a uma expansão, por compensação e tornando-a inflada. Seu aspecto é perigoso para o indivíduo, uma vez que o ego se identificará com o Self que é o centro do inconsciente que equivale a um nivelamento por baixo, em favor da realidade do inconsciente.
“Anexar as camadas mais profundas do Inconsciente, as quais denominei Inconsciente Coletivo, produz um engrandecimento da personalidade que leva ao estado de inflação” Jung
O falo é o instrumento fisiológico da capacidade criadora masculina quando túrgido e “inflado”. Constituiu-se em metáfora de masculinidade e a sua inflação é um processo essencial à dinâmica masculina. Mas a proximidade ambígua dos aspectos túrgido e inflado contribuiu para a facilidade de o homem contemporâneo sucumbir ao seu lado destrutivo.
Phallos é a energia com a qual o homem cria, representando a libido e não o órgão sexual. A relação adequada com o phallos leva ao encontro criativo entre masculino e feminino, ao relacionamento. Separar-se dele (castração), resulta em obstinação pelo seu resgate, em encantamento e em esterilidade. A busca obstinada pelo resgate do phallos infla a importância do objeto procurado levando o indivíduo que não tenha percepção psicológica a confundir o símbolo concreto com o objetivo. Será uma busca sem limites e com resultados negativos.
O MITO
Pausânias acreditava que Príapo era filho de Dionísio e Afrodite, embora Adônis, Hermes e Pã também tenham sido mencionados como possíveis pais, e Quione também como mãe. Por ciúmes, ou por sentir-se ultrajada pela promiscuidade de Afrodite, Hera fez Príapo nascer com genitais enormes. Uma barriga grande e outros exageros também às vezes lhe são acrescentados. A mãe o abandonou e ele foi criado por pastores.
O grande pênis de Príapo é o foco da elaboração psicológica. O seu tamanho significa que se deve levar em conta as implicações do exagero fálico.Príapo nasce do êxtase físico instintivo (Dionísio) e da sexualidade (Afrodite). Considerando que Príapo poderia ser filho de Adônis e Hermes, ele tende a ser o produto de uma masculinidade bela e adolescente, até aparentemente afeminada, como se os genitais enormes compensassem pela masculinidade nascente do pai, com a qual Afrodite ficou fascinada. Hera ao dar-lhe genitais enormes, seria uma tentativa de restituir o equilíbrio aos afetos de Afrodite.
As histórias de Príapo foram associadas ao asno. Na primeira Robert Graves cita o relato de Ovídio, em que Príapo tenta violar Héstia enquanto estava “bêbado “numa festa de camponeses assistida pelos deuses, quando todos caem no sono, após beberem demais: mas o zurrar alto de um asno acorda Héstia, que grita ao ver Príapo prestes a montar sobre ela, o que o faz sair correndo, num terror cômico”.
Por ser abandonado pela sua mãe (Afrodite) Príapo se sente inseguro quanto à domesticidade do lar (Héstia). A modéstia não é de sua natureza e essa é uma das características de Héstia, além da domesticidade. Para Héstia assim como para muitas mulheres nos dias atuais não acham fácil sucumbirem-se de das funções maternas. Príapo, na tentativa de ataque à Héstia, o faz movido pelo ódio da perda, resultado da experiência do abandono que sofrera.
Outra história que é contada por Higino, Príapo envolveu-se numa discussão com um asno dotado de voz humana por Dionísio sobre vantagens sobre o tamanho dos genitais e Príapo levou a pior. Enfurecido Príapo espancou o asno com um bastão até matá-lo.
O asno neste conto lhe é associado. O asno é o espírito do vento do deserto, vento seco/quente, carregado de pó, em algumas regiões; quente/úmido, acompanhado de chuva em outras; e quente/opressivo. Traz consigo os sonhos maus, impulsos assassinos e estupros.
Sua imagem era posta em jardins onde “ele propicia a fecundidade dos campos e rebanhos, a criação de abelhas, o cultivo das vinhas e a pesca”, “ele é fruticultor, e carrega uma faca de poda”, é o podador da pereira”, árvore consagrada à Hera.
Príapo carrega uma faca de poda que simboliza a sua ligação com a castração. As imagens fálicas consagradas à Príapo eram colunas de madeira, árvores. A pereira era consagrada a Hera e era chamada de Ápia, a principal deusa do Peloponeso (grego: Πελοπόννησος; transl.: Pelopónissos é uma península no sul da Grécia). A imagem mais antiga de Hera, enquanto deusa da Morte no Héreo de Micenas era feita de madeira da pereira.
“Outro símbolo materno igualmente comum é o bosque da vida... ou a árvore da vida. Primeiramente a árvore da vida pode ter sido uma árvore genealógica produtora de frutos, conseqüentemente, uma espécie de mãe tribal. Inúmeros mitos dizem que seres humanos nasceram de árvores, e muitos relatam como o herói havia sido aprisionado no tronco de uma árvore materna,... Numerosas divindades femininas eram adoradas sob a forma de árvores, vindo daí o culto de árvores e bosques sagrados. Assim, quando Átis castra-se sob um pinheiro, ele o faz porque a árvore tem um significado materno.” Jung – Símbolos de Transformação parágrafo 321.
Pensando em termos de compensação psíquica, se o indivíduo conceber um falo exagerado terá um contraposto e mesma intensidade para evidenciar o que o inconsciente está pedindo. Somente com insight e com boa vontade o indivíduo ganha consciência de sua atitude psicológica, caso contrário, a inflação será o caminho que o masculino segue para dar sentido a si mesmo.
O que acontece é que o indivíduo quer se sentir inflado e pode recorrer ao poder mágico, p.ex. cartomantes, astrólogos ou outro tipo de magia. Ele não admite a falta de poder. O indivíduo tem a necessidade de manter o poder que é a restauração do inconsciente e por conseqüência o fracasso é inevitável mais cedo ou mais tarde. Essa atitude também acontece quando o indivíduo busca a análise. Ele acredita que ao se submeter a analise voltará a sentir a alegria anterior que fora perdida e que fora baseada na posição egóica inflada sem o conhecimento de que a deflação é que traz o resultado para um encontro com a realidade.
Quando Príapo faz uso da faca de poda, ou seja, quando o indivíduo é humilhado significa que havia uma inflação que é a atuação do inconsciente sobre a consciência. Para alguns a humilhação é a morte espiritual. Para outros, quando o colapso não é total, passam o resto de suas vidas sustentando a velha persona que fica cada vez mais evidente e difícil de manter com o passar dos anos.
Para o indivíduo é difícil aceitar a impotência porque ele acredita ser ela moralmente inaceitável e improvável que aconteça, mas Príapo com sua faca de poda não perdoa e o dilema se torna ainda mais sério. No desespero para se sentir potente, o indivíduo pode partir para excessos sexuais que é uma atitude que revela a necessidade de inflar mais uma vez.
Inflando o falo na tentativa de concentrar tudo de phallos na corporalidade, então é possível entender isso como metáfora para a inflação que acompanha qualquer tipo de excesso; de poder, força, bens, dinheiro, etc. Sacrificar conscientemente os próprios excessos terá um efeito deflacionador e a energia que seria despendida para esses excessos é dirigida para a cultura.
Os antigos depositavam parte de suas colheitas aos pés da coluna do deus Príapo para aplacar esse movimento de inflação e deflação. O sacrifício exigido por Príapo torna-se o sacrifício do excesso material e da persona inflada. O sacrifício da persona conduz à humilhação, e esta não regride, a não ser que se encontre o caminho da satisfação metafórica, psicológica, daquilo que se estava tentando satisfazer concretamente.
O CICLO DA TRANSFORMAÇÃO DO MASCULINO
CISÃO
Mircea Elíade: “Tem-se dito com freqüência que uma das características do mundo moderno é o desaparecimento de qualquer rito de passagem significativo”.
O rito de passagem iniciava o menino no mundo dos adultos e o livrava da dependência materna em direção a uma dependência fálica adulta. Com o desparecimento do rito de passagem os homens permaneceram psicologicamente adolescentes – enquanto phallos torna-se inevitavelmente um complexo independente, mantendo-os perpetuamente numa escravidão inevitável a todos os tipos de exercícios de poder.
A masculinidade dissociada de phallos é levada à inflação, especialmente porque não há mais falo para ser verdadeiramente inflado. Aí a inflação tende a recair sobre o que estiver mais acessível o que, após a cisão, é o ego. Muitos desses indivíduos cindidos em sua potência fálica sentem-se como meninos com medo irracional de serem meninas ou considerados como tal.
Então, considera-se a cisão como a dependência materna da qual o indivíduo, mesmo adulto, não consegue se livrar. Dependência materna aqui não precisa ser tão e somente literal. Dependência materna é a atitude que leva o indivíduo a ter a necessidade de estar acolhido sentimentalmente por outra pessoa ou por um grupo a que pertence. Esse grupo pode ser de amigos, pode ser a empresa onde trabalha, por ser o inconsciente etc.
A cisão de phallos também pode corroer os relacionamentos homem-mulher, pois os deixa sem forças para lidar com os aspectos da mãe devoradora de toda mulher com a qual se envolvem.
A dependência da mãe e do coletivo bloqueia a energia criativa (phallos), pois o indivíduo se identifica ou fixa nos aspectos da masculinidade adolescente. Esse bloqueio pode vir da relação sexualizada da mãe pelo filho ou da fixação em um ideal masculino sobre o qual o indivíduo se agarra.
O ego nesse contexto compensa com fantasias e personas infladas no esforço de firmar-se no mundo. É o indivíduo aceitando passivamente para se adaptar ao coletivo que o cerca, sem o que ele não seria aceito, porém, neste caso raramente suas capacidades são aceitas sobre as quais nem mesmo ele tem noção.
Um indício que de há uma dependência da mãe aparece nos sonhos como bruxas que atuam com violência contra o menino sonhador.
INFLAÇÃO
Perturbado com o feminino em que ele pode se tornar, o indivíduo afasta a conexão psicológica com phallos e fica suscetível à inflação do ego. A inflação não é dolorosa, no entanto, os indivíduos desabam quando não conseguem manter um estado inflado anterior, quer seja pelo fracasso de uma relação, pela perda de um emprego, pelo declínio dos atributos físicos da juventude, ou qualquer outra coisa da qual dependam em excesso pelo seu senso de importância ou de identidade masculina no mundo.
Nos sonhos, o masculino inflado aparece com o sonhador voando, flutuando, se vendo sempre acima da terra.
PODA
Mais cedo ou mais tarde as inflações são vazadas e com conseqüências freqüentemente dolorosas ou catastróficas. É o trabalho de Príapo. Com sua faca de poda ele perfura o “balão inflado” na tentativa do complexo fálico atrair a atenção do ego a fim de conseguir a reintegração.
Como o ego resiste, o complexo vai ao ataque, e a inflação tem que ser enfrentada com violência sem nenhuma consideração com o bem-estar do ego. É o período da deflação.
Nos sonhos aparecem com a nudez em público que sugere uma desidentificação com a persona.
BUSCA
A busca começa imediatamente após a poda e é aí que muitos indivíduos buscam a análise. O trabalho da análise é o de direcionar o anseio de inflar novamente para um sentido mais frutífero o que exige o abandono do desejo pelo estado inflado anterior e a lamentação consciente por sua perda.
A busca fálica em alguns homens se dá na forma sexual, para outros envolve a busca idealizada de u mentor. Muitos buscam o substituto do pai ausente ou falho, ou o emprego ideal, riqueza, poder, etc.
Como a busca no exterior não consegue fazer contato com o phallos cindido dentro da psique, há o fracasso. O que vem em seguida é o abandono desse caminho.
ABANDONO DA BUSCA
Príapo poda, deflaciona, humilha e sai de cena. O indivíduo, a essa altura tem duas alternativas: ou se recomeça outro ciclo de inflação igualmente destinado ao fracasso, ou abandona-se a busca de vez, arcando-se com a humilhação como preço da liberdade. Na humilhação há o medo de ser rejeitado pelo ouro e a impotência de evitá-lo.
O sacrifício ao abandonar a busca é um sacrifício porque exige a renúncia da inflação na qual o indivíduo havia investido partes significantes de sua vida e pelas quais esperava gratificação sob a forma de reconhecimento por parte das pessoas próximas. Desistir de tal expectativa significa o confronto assustador com a possibilidade da rejeição por parte de pessoas muito importantes para ele.
INTERVENÇÃO DIVINA
O abandono da busca fálica permite à pessoa viver desinflada e plenamente presente com os embates do dia a dia. O indivíduo vive como realmente é. É um outro deus vindo em socorro do indivíduo.
O phallos assume o lugar apropriado enquanto parte da psique e não do mundo material – que agora se liberta das amarras da projeção, e pode ser visto tal qual é; e o indivíduo ao experimentar phallos concretamente, no mundo, irá ver phallos em tudo o que rodeia.
TRANSFORMAÇÃO
Viver o mundo sem projeções é viver uma autêntica transformação que se estende literalmente para além de si mesmo; é ver o mundo próximo da realidade. É vivenciar phallos enquanto libido – energia psíquica – com a qual lhe é dado inserir-se neste mundo.
Submissão à psique, atenção aos sonhos, uma profissão baseada na vocação interior, sacrifício voluntário e atitude religiosa parece proteger contra o ciclo inflacionário aonde qualquer análise moderna que chegasse a tudo isso, forçosamente teria que ser considerada um sucesso, mas o ciclo de transformações irá sempre acontecer, o importante é o indivíduo ter a sensibilidade e percepção para reconhecê-lo e refletir sobre ele.
“A história de Príapo sugere que a busca é falsa. Pode-se procurar o quanto quiser pelo que foi perdido que ele nunca será encontrado. Encontrar-se-á apenas inflação, ilusões e humilhação. Príapo poda, mas nunca reconecta. Então a duração da busca é a mesma que a da ilusão de que o seu objeto poderá ser encontrado... Mas o verdadeiro objetivo da procura, se é que assim se pode chamá-lo, é a aceitação do fracasso. A humilhação – que não é um fim em si mesma – é antes, um caminho para a transformação.
Podemos nos sentir envergonhados por todos os tipos de segredos sujos; mas eles não podem ser tidos como humilhantes até serem revelados a outrem, como proclamações ao mundo. Inflação, ou seja, encher de ar as nossas atuações, é desconcretizá-las num processo oposto, e que pode ser visto como defesa fundamental contra a inadequação humilhante da realidade concreta.
O propósito da reintegração de phallos é a conjunctio, a criatividade, a paternidade... O propósito do ciclo de Príapo ... é instigar o masculino a mover-se de sua relação com o feminino enquanto mãe para o feminino enquanto consorte. Só assim poderá haver uma conjunctio que fará nascer o futuro viável de uma civilização.” James Wyly
Escrito por Elizabeth Sartori
Baseado no livro: A BUSCA FÁLICA – Príapo e a inflação masculina – James Wyly
quarta-feira, 4 de abril de 2012
A ÉTICA QUE SE PRETENDE
Para falar em ética precisamos pensar no que a palavra significa.
A ABSOLUTIZAÇÃO DE VALORES
Para um indivíduo se sentir acolhido pelo coletivo, ele aceita os valores e leis desse grupo tornando-lhe uma tarefa de difícil posição, uma vez que é necessário uma supressão e recalque de seus valores individuais.
TRANSIÇÃO PARA A NOVA VISÃO DE ÉTICA
O indivíduo após viver a ética do coletivo sente agora a necessidade de rever seu código moral e sua condição de vida que não estão maduros para enfrentar os problemas e que constata que sua orientação é inadequada, seu mundo de valores está abalado pela inconsciência.
A INTEGRAÇÃO NA ÉTICA QUE SE PRETENDE
Na ética parcial que era ditada pelo coletivo onde prevalecia a divisão, a diferenciação, a separação e a cisão, como, p.ex.: a separação entre os bons e os maus pede para que se estabeleça a união dos contrários numa estrutura unitária. A intensidade da tensão dos contrários unidos faz com que mais forças polares entrem na nova união o que torna mais valiosa a estrutura conseguida.
Elizabeth Sartori – Analista Junguiana e Psicanalista Integrativa
Texto baseado no livro Psicologia Profunda e Nova Ética de Erich Neumann