quinta-feira, 30 de julho de 2009

PARA REFELTIR

SCHILLER: "Se nos limitarmos, pois, somente ao que a experiência nos ensinou até agora sobre a influência do belo, não poderemos estar muito entusiasmados em desenvolver sentimentos que parecem tão perigosos para a verdadeira cultura da humanidade; seria preferível abdicar da força dissolvente do belo, mesmo com o risco de rudeza e austeridade, do que ver-nos entregues, apesar de todas as vantagens do refinamento, à sua influência entorpecente".

JUNG: "A luta entre o poeta e o pensador poderia ter sido contornada se o pensador não tomasse as palavras do poeta literalmente, mas simbolicamente - e é dessa forma que a linguagem do poeta quer ser entendida. Será que SCHILLER se enganou a respeito de si mesmo? Parece que sim, pois, caso contrário, não teria argumentado dessa forma contra si mesmo. O poeta fala de uma fonte de beleza pura que está além de qualquer idade ou geração e flui constantemente no coração de toda pessoa. Não é do grego da antiguidade que o poeta tinha em mente, mas o velho pagão que habita em nós, aquela parcela de natureza eternamente inocente e de beleza natural, inconsciente mas viva em nós, ...É o homem arcaico em nós, rejeitado pela nossa consciência orientada coletivamente, que nos parece tão feio e inaceitável mas que é o depositário daquela beleza que, em vão, buscamos alhures. É desse homem que fala o POETA SCHILLER, mas o PENSADOR SCHILLER confunde-o com o protótipo grego. O que o pensador não pode deduzir logicamente de seu material demonstrativo, mas pelo que se esforça inutilmente, isto lhe promete o poeta em linguagem simbólica."

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