quarta-feira, 14 de março de 2012

(SERPENTE E PÁSSARO BRANCO) 6º SERMÃO AOS MORTOS

O demônio da sexualidade se aproxima de nossa alma feito serpente. Semi-humano, surge como pensamento-desejo.

O da espiritualidade mergulha sobre nossa alma como pássaro branco. Semi-humano, surge como desejo-pensamento.

A serpente é uma alma terrena, semidemoníaca, um espírito, e semelhante ao espírito dos mortos. Assim, como estes, também pulula entre as coisas da Terra, fazendo-nos temê-las ou espicaçando-nos com desejos imoderados. A serpente tem natureza semelhante à da mulher. Sempre procura a companhia dos mortos retidos pelo feitiço da Terra, os que não encontraram o caminho mais além, que leva ao isolamento. A serpente é meretriz. Entrega-se a orgias com o Diabo e com os maus espíritos; tirania e algos maldosa, sempre seduz os mais vis. O pássaro branco é uma alma semiceleste do homem. Dialoga com a Mãe, descendo de quando em quando. O pássaro tem natureza semelhante à do homem, e é pensamento efetivo. Casto e solitário, é mensageiro da Mãe. Sobrevoa a Terra a grande altitude. Infunde isolamento. Dá ciência dos distantes que já se foram e estão consumados. Leva nossa palavra à Mãe nas alturas. Ela intercede, avisa, mas não dispõe de poder contra os deuses. É receptáculo do Sol. A serpente vai para baixo e, com sua astúcia, estropia o demônio fálico ou então incita-o a prosseguir. Produz os pensamentos demasiado ardilosos do demônio terrestre, aqueles pensamentos que se insinuam com desejo por cada furo e fenda em todas as coisas. A serpente, sem dúvida, não quer, mas tem que ser útil a nós. Foge do nosso alcance, mostrando-nos assim o caminho, que com nossa inteligência humana não poderíamos encontrar.

Com olhar desdenhoso, disseram os mortos. Pára de falar em deuses, demônios e almas. No fundo, há muito já sabíamos disso.

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