As pessoas podem
achar que estão sendo roubadas porque o que foi dito contem um roubo daquilo
que eu sou e que não foi dito. A posição do masculino é sempre uma posição de
quem está sendo roubado. O falo (poder
gerador, representação de completude, do não sentimento da falta) é um ter e quem tem, pode. A mulher
não tem o falo e ela gostaria de ter, mas ela é um ser desejante porque tem a
energia da motivação.
“Lacan esclarece que essa suposição do corpo
como uma substância gozante advém daquilo que sobre ele o sujeito não consegue
dizer. Dessa maneira, o ser permaneceria um “fato do dito”. Tudo o que o
processo de análise demonstraria é que “há relação de ser que não se pode
saber”, que, mesmo permanecendo impossível de se escrever, o ser é “interdito,
ele é dito entre palavras, entre linhas.” Lacan 1972
A criança entende
que existe a partir do olhar do outro sendo que esse olhar é de “si para si”.
Ela acha que deseja o imaginário. Por ex.: carro, a casa, resolver um problema.
Quando o masculino entende que quer solucionar no para si alguém lhe rouba e ao
achar que falta para o outro, falta para si. Quando esse “objeto a” (a letra "a" em
minúsculo qualifica uma alteridade, alguma coisa que está para além do sujeito
desejante, que ele quer para si e que nunca é alcançado) se instala como função psíquica compensatória, é preciso procurar
responder sempre quem é esse “outro” que se coloca no lugar do meu desejo, pois acha que este desejo do outro para si é um desejo para si. Ele
acha que vai realizar o desejo do outro e o desejo é dele mesmo, como no caso
da mulher que tem a vontade e o homem arquetipicamente, tem o falo para
satisfazê-la nas suas insatisfações. É preciso dizer para gerar a falta, pois
qualquer história está de si para si, como falta.
Quem não existe?
O SujeitoSupostoSaber
(aquele que sabe o que é melhor para o outro).
É comum condenar
uma pessoa, fui roubado, fui abandonado, não tenho atenção. Tudo começa com a
metáfora, com a falta. A falta é natural no ser humano para desejar que é
coberta através da metáfora.
Ex. Homem diz ter
medo de casar com mulheres feias. O que ele tem medo é de se casar porque todas
as mulheres para ele são feias.
Entende-se que
todas as motivações são para atender esse outro (outro com o minúsculo é qualquer um
que terá seu desejo atendido pelo indivíduo). Um indivíduo só existe como tal porque os outros o veem assim.
Esses outros vêm na sua direção para solucionar sua falta. A motivação do indivíduo
não está no seu ego e por isso ele quererá e entenderá a necessidade de
elaborar se não houver motivos inconscientes que o impeçam. O motivo do
inconsciente é aquilo que é percebido como objetividade e que é um desejo do
outro embora o indivíduo acredite ser um desejo dele.
Tudo o que foi
conquistado foi devido a própria subjetividade porque é o indivíduo quem
determina o que o outro é para si e que deseja que o outro seja para sua
comorbidade. Subjetiva tudo. Ao entender que é um ser subjetivo pode se
perguntar por que deseja isso ou aquilo.
Como se constrói contato com o prazer?
Sanando o
incômodo. Pode-se sumir com o incômodo e isso não vai adiantar porque ele
aparecerá em outro lugar. A partícula “se” mostra que o indivíduo está na
subjetividade. Enfrente aquilo que está causando medo falando para você mesmo.
Quando conseguir se conscientizar de que está subjetivando o contrário
acontecerá.
Quem é que transporta para dizer?
É a fé. É o
grande Outro (divino).
Esse grande Outro
é que me dá sentido para ser o “outro”.
1º - Discurso
inicial -> o indivíduo acha um culpado que pode durar anos.
2º- Sou eu quem decide
minha objetividade com a minha subjetividade. Sou o agente da minha angústia.
3º- Um evento
escapa da subjetividade do outro que resulta em um debate difícil. O indivíduo
e o outro se deparam com um evento que nada está acontecendo e que estão apenas
subjetivando.
O que acontece quando espero essa
fase?
A compreensão da
subjetivação muda completamente a conduta geral.
Quem é que obriga o indivíduo a isso? De
onde vem essa ação?
Para enxergar uma
nova dimensão, é preciso ser o olho.
Porque o indivíduo faz isso? O que é
isso que lhe impede?
Nada é objetivo,
se se atrasa, se gosta disso ou daquilo. Instala-se como um observador
diferente com um dizer que busca um dizer. Buscando o dizer (o
dizer é do inconsciente),
o indivíduo se sente mais convocado.
“O analista está aí para fazer com que o
analisando ouça a verdade do que é dito. A linguagem, por natureza, supões que
uma palavra queira dizer aproximadamente a mesma coisa para todos. Na prática
analítica, no entanto, trata-se de ir além e supor que a mesma palavra
signifique algo singularmente para um sujeito e não para outro. É o que Lacan
chama de significante. Significante não é exatamente idêntico a palavra. Pode
ser uma palavra, é claro, desde que esta represente um sujeito, pois nem todas
as palavras representam o sujeito. O que isso quer dizer? Simplesmente que a
estória de cada um de nós é marcada por certas palavras que nos foram
endereçadas, e que possuem esse valor particular: elas nos identificam, nos
singularizam totalmente. Em cada caso, é preciso ouvir a significação
específica atrelada a um significante que representa um sujeito.” (Cláudio
Pfeil)
Atendimentos na
Zona Sul e Zona Norte
e-mail:
beth.psicanalista@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário