segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O QUERER É DO FEMININO E O TER É DO MASCULINO.

Na construção da consciência, o masculino, através do falo, retira informações do Inconsciente para ser verbalizado, falado. Freud conta a história de uma criança com um carretel e linha que joga por baixo da cama e num vai e vem, cada vez que o carretel retorna, ele fala “ah!”. É o mesmo que uma criança que tira e põe a tampa de uma caneta. Ela faz aparecer o falo.

Freud entende que a criança sofria o abandono da mãe e com o carretel ele comanda a falta ao puxar o carretel de volta. Se tentar dominar a falta, o TOC é instalado o que, para algumas linhas, é um jogo de tortura, insinuando que vai dar e não dá. É um ato simbólico que visa produzir uma dor que está lá e cada falta tem sua especificidade.

No simbólico a mulher nunca pode TER. Ela não compreende que ela é a produção da falta. O feminino sempre QUER, ele tem a VONTADE que é o combustível, que não é convocado a um impulso devastador, é receptivo, prima o conforto. A investigação tem um limite, um “tom”, a mulher sempre irá investigar menos que o homem. A fêmea sempre é receptiva para a semente, mas tem uma regra: tem que ser o melhor macho para fecundá-la. O critério da fêmea para essa escolha e a preocupação do feminino é carregar a semente, por isso a mulher irá forçar o homem a evoluir. É o papel do feminino fazer a pressão. Qual é a ideia dessa pressão? O ganho de consciência. Todo discurso de uma mulher é um discurso do feminino. Não importa como essa mulher é (histérica, masculinizada, etc...)

Se a mulher se relacionou sexualmente com outro, ela produz uma falta para o companheiro porque ele, o outro, roubou dela algo que era seu. Psicologicamente, ao entender que a mãe não é virgem ele se frustra porque o pai é quem tem a mãe uma vez que a virgindade é algo que é retirado do inconsciente no que ninguém pôs a mão. As coisas não estão acontecendo no literal e sim no imaginário, mas viver no imaginário é viver no mimesis (mentira, imitação). A pessoa vivendo no imaginário procura alguém que não esteja nesse imaginário.

Todo homem é viril. Hoje a virilidade masculina do homem moderno é diferente da do homem antigo. Antes ele tinha que lutar com espadas ou matar ursos para comer, hoje ele paga contas. O homem acredita TER e não tem, mas o que ele TEM é o que a mulher QUER, porém não haverá paz se o TER se transformar em uma posse e os EXCESSOS DE QUERER e TER são as causas dos mal estares na mulher e no homem.

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e-mail: beth.psicanalista@yahoo.com.br

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