Com base na linha
freudiana a metáfora paterna, o Nome do Pai (que dá consistência) vem da estruturação fálica da
realidade. Falo e pênis não é a mesma coisa. Falo é o poder gerador, a
representação de completude, o não sentimento da falta, é o representante
significante (atos falhos,
cistes, apelos, sonhos)
do indivíduo na mulher e no homem. Significante que exige do ser humano a
reprodução sistemática do imaginário.
Temos o
imaginário, um sujeito, uma relação do sujeito com o imaginário. O sujeito se
vê diante do espelho como uma falta, pois há uma distorção da alto imagem
criando, então, uma linguagem diante das
metáforas de se ver. Ele estabelece as metáforas daquilo que está observando
como fragmento e na construção metafórica ele busca cobrir a falta do seu
significado sendo que a perspectiva de gozo (intensidade
de energia que cujo limite ainda não se instaurou) é que o remete ao imaginário porque
aquilo que se diz não é igual ao que se quer dizer (o dizer pertence ao inconsciente), uma vez que o que foi dito é aquilo
que pertence ao imaginário.
Ex. Mulher viveu
seus primeiros 15 anos numa casa que não tinha nada e estava sendo construída
pouco a pouco. Os pais sempre decidindo, quando tinham um dinheiro sobrando,
qual o piso, qual a janela, etc. Essa mulher descrevia a casa como com cheiro
de cinza. Ela se forma arquiteta e se casa com um engenheiro. Ela tem uma motivação em construir casas do
desejo dos pais e as desenha para terminar a casa onde morava, para que então,
os pais lhes dê atenção.
Com a
personalidade fragmentada ela não consegue terminar os desenhos das casas se
mudando várias vezes. Ela precisaria terminar a casa e morar lá o que
constituiria uma estrutura psíquica não fragmentada. Ela reclama que as pessoas
dependem muito dela, sua função psicológica principal é a intuição (está
sempre à frente). O marido tem
como função psicológica principal a sensação (que executa as tarefas) e pede para que ela defina. Há uma
reflexão do “si para si”. E não sendo mais arquiteta significaria resolver o
“si para si”. (“Si” e “para si” são a mesma pessoa).
O que você quer saber se não quer
saber nada disso?
Quer saber o
dizer e não o que foi dito, pois o objetivo é o imaginário.
Durante 15 anos
essa mulher ouviu os pais decidindo que peças iriam colocar na construção da
casa e assim ela não entendia receber o olhar deles. O marido, segundo ela, é
lento e assim aumenta a sua angústia do que falta. Quando fala mal do outro é
porque falta uma atitude desse outro que lhe faria feliz. É ela que não quer
que as casas terminem e acha que é o marido
que quer.
Lacan introduz a noção de desejo para
afirmar que o desejo do homem é o desejo do outro; ou seja, é o desejo de se fazer reconhecer no desejo
do outro. A constituição primordial de cada desejo, efetivada pela mediação de
uma imagem exterior, impõe de uma só vez a alteridade e a alienação no próprio
núcleo deste desejo.
Em função da alteridade e alienação, Lacan
caracteriza o conhecimento humano como conhecimento paranóico, sempre
acompanhado por certa agressividade. O reconhecimento da imagem
especular de si é necessariamente desconhecimento, pois se trata de uma
imagem exterior, alienante, que ademais permanece necessária para a constituição estável de si.
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